Hoje em dia tem tanta opção de celular que a gente fica perdido: é câmera dupla, tripla, 4G, 5G, 64, 128, 256 GB… e no fim das contas a gente só quer um aparelho que não trave, tire fotos decentes e não custe um rim.
Se você se sente confuso na hora de escolher um celular, este guia é pra você.
Vou explicar, em linguagem simples, o que realmente importa e como não cair em propaganda enganosa.
1. Antes de tudo: para que você quer o celular?
A primeira pergunta não é “qual é o melhor”, e sim:
“O que eu vou fazer com esse celular no meu dia a dia?”
Alguns perfis:
- Uso básico: WhatsApp, ligações, redes sociais, ver vídeos e poucas fotos.
- Uso intermediário: tudo isso + alguns jogos, muitas fotos, apps de banco, trabalho.
- Uso pesado: jogos pesados, edição de vídeo, muitas horas por dia de uso.
Quanto mais pesado for o uso, mais forte o aparelho precisa ser – e, normalmente, mais caro.
Sendo sincero com o seu perfil, você evita pagar caro por coisas que não precisa.
2. Memória RAM: o que faz o celular travar menos
A memória RAM é um dos principais fatores para o celular ficar fluido ou travar.
- Para uso básico: 4 GB de RAM é o mínimo aceitável hoje.
- Uso intermediário: 6 GB de RAM é uma boa medida.
- Uso pesado: 8 GB ou mais faz diferença.
Menos que 4 GB de RAM hoje em dia tende a travar com vários apps abertos.
Se você quer um celular bom e barato, tente pegar pelo menos 4 GB, e se achar uma promoção com 6 GB, melhor ainda.
3. Armazenamento interno: fuja de 32 GB
O armazenamento é onde ficam fotos, vídeos, apps, arquivos.
Se ele acabar, o celular começa a reclamar, travar e impedir que você instale aplicativos.
Recomendação prática:
- Mínimo hoje: 64 GB de armazenamento interno.
- Ideal para não ter dor de cabeça: 128 GB.
Aparelhos com 32 GB costumam encher rápido demais, principalmente com WhatsApp e fotos.
Se o seu orçamento permitir, prefira 128 GB – a diferença de preço muitas vezes compensa pela tranquilidade.
4. Processador: não precisa decorar nomes, só entender a ideia
O processador é o “cérebro” do celular.
Marcas comuns: Snapdragon, MediaTek, Exynos, Unisoc, entre outras.
Você não precisa ser especialista em modelos, mas algumas dicas ajudam:
- Procure por aparelhos com processadores das linhas mais novas, mesmo que básicos.
- Evite celulares com processadores muito antigos (modelos com vários anos de lançamento).
- Se você gosta de jogos, vale pesquisar pelo modelo do processador junto com a palavra “benchmark” ou “jogos” no Google, só pra ver se ele aguenta bem.
De forma geral, se você escolher um celular com 4 ou 6 GB de RAM e processador intermediário recente, já terá um desempenho bom pra uso diário.
5. Tela: tamanho, qualidade e tipo
Tamanho
- Telas de 6 a 6,5 polegadas são as mais comuns.
- Telas menores são mais confortáveis na mão, mas menos comuns hoje em dia.
- Telas maiores são boas pra vídeos, porém podem ser ruins pra quem tem mão pequena.
Escolha um tamanho que cabe no seu bolso e na sua mão.
Qualidade
Veja a resolução:
- HD+ – aceitável para aparelhos mais baratos.
- Full HD+ – imagem mais nítida, melhor pra quem vê muitos vídeos.
Se o orçamento for apertado, um bom HD+ já resolve. Se puder pegar Full HD+, melhor.
Tipo de tela
- LCD/IPS: mais comum, custo menor, qualidade boa.
- AMOLED / OLED: cores mais vivas, preto profundo, consumo menor de bateria – normalmente em aparelhos um pouco mais caros.
Se aparecer AMOLED numa boa promoção, vale muito a pena. Mas uma tela IPS de qualidade também é suficiente.
6. Câmeras: não se engane pelos “48MP, 64MP, 108MP”
Muita gente escolhe celular só pela quantidade de megapixels, mas isso pode ser enganoso.
Mais importante que megapixels é:
- A qualidade do sensor;
- O processamento de imagem do aparelho;
- A abertura da lente (influencia em fotos à noite).
Como isso é difícil de entender só lendo ficha técnica, a dica é simples:
- Sempre que você gostar de um modelo, pesquise no YouTube:
“nome do celular + fotos”
e veja testes reais. - Veja se as fotos te agradam, principalmente:
- Fotos com boa luz (durante o dia);
- Fotos à noite;
- Selfies.
Para uso do dia a dia, praticamente qualquer celular intermediário atual tira fotos boas para WhatsApp e redes sociais. Não precisa buscar câmera “de profissional” se não for usar.
7. Bateria: não aceite menos de 4.000 mAh
A bateria é medida em mAh (miliampere-hora).
Regras simples:
- Menos de 4.000 mAh: tende a durar pouco, melhor evitar.
- 4.000 a 5.000 mAh: bom para uso normal.
- Acima de 5.000 mAh: ótimo para quem usa muito durante o dia.
Também vale ver se o aparelho tem carregamento rápido (15W, 18W, 25W… depende da marca).
Isso não aumenta a capacidade da bateria, mas ajuda a recarregar mais rápido.
8. 4G, 5G e outras letras que confundem
Hoje, muitos aparelhos já vêm com 5G, mas isso costuma encarecer o produto.
- Se na sua cidade nem existe 5G direito ainda, você pode economizar escolhendo um bom aparelho 4G.
- Se você pretende ficar vários anos com o mesmo celular, e o preço estiver parecido, um modelo com 5G pode ser um investimento interessante.
Mas atenção: ter 5G não significa que sua internet vai ser sempre ultra rápida. Depende da operadora e da região.
9. Marca, garantia e assistência
Um celular bom e barato também precisa ser confiável.
Dicas importantes:
- Prefira marcas que tenham assistência técnica autorizada próxima da sua cidade ou, pelo menos, presença forte no Brasil.
- Compre de lojas confiáveis, para evitar problemas com garantia ou aparelhos falsificados.
- Desconfie de ofertas muito abaixo do preço normal de mercado.
Às vezes vale mais pagar um pouco a mais em uma loja de confiança do que entrar numa “promoção milagrosa” e ter dor de cabeça depois.
10. Como comparar modelos sem ficar maluco
Quando você estiver em dúvida entre dois ou três aparelhos:
- Anote numa folha ou bloco do celular:
- RAM
- Armazenamento
- Bateria
- Tipo de tela
- Preço
- Pergunte:
- Qual entrega mais RAM e armazenamento pelo menor preço?
- Algum deles tem bateria significativamente maior?
- O que as pessoas estão dizendo em reviews no YouTube?
- Tire os que são muito fracos em RAM ou armazenamento, mesmo se estiverem baratos demais.
A economia agora pode virar dor de cabeça depois.
11. Dica bônus: não se prenda à “linha top de antigamente”
Muita gente pensa assim:
“Ah, esse aqui é top de linha de 4 anos atrás, deve ser melhor que intermediário novo.”
Nem sempre.
- Processadores antigos podem não aguentar bem apps atuais.
- Bateria de aparelho antigo já vem gasta.
- Atualizações de sistema podem ter parado.
Na maioria dos casos, é melhor um intermediário novo e equilibrado do que um “top de linha aposentado”.
Conclusão: como sair hoje com um celular bom e barato
Recapitulando os pontos principais para você não errar:
- Defina seu tipo de uso (básico, intermediário ou pesado).
- Procure por mínimo de 4 GB de RAM (ideal 6 GB).
- Fuja de 32 GB de armazenamento; prefira 64 GB ou 128 GB.
- Fique atento à bateria (4.000 mAh pra cima).
- Veja reviews de câmera e desempenho no YouTube.
- Considere se vale a pena pagar a mais por 5G no seu caso.
- Compre de marcas confiáveis e lojas conhecidas.
Se você seguir essas dicas, aumenta muito a chance de escolher um celular que não vai te irritar em poucos meses – e ainda economiza, comprando algo que realmente atende sua necessidade.
E, se depois de comprar o aparelho, ele começar a travar ou encher a memória, aqui no Treinamentos TI você já tem outros conteúdos pra te ajudar a resolver isso sem desespero 😉